Esta pesquisa demonstra como a alta performance das empresas depende da correta execução de um sistema de gestão humanizado que permita a conexão entre os líderes e liderados
Para descobrir se está no caminho certo na sua forma de gestão, é possível fazer uma autoanálise com base no resultado de uma pesquisa da Teleometrics que mapeou o desempenho de 16.000 executivos (Califórnia Management Review, vol. 18, n. 4, p. 5-18).
Os executivos que menos conquistaram tinham estas características:
estavam preocupados com a própria segurança;
desconfiavam dos subordinados;
não buscavam conselhos; e
evitavam a comunicação, baseando-se em manuais de normas.
Os executivos de sucesso médio, por sua vez:
concentram-se na produção;
focam mais na sua própria posição;
ouvem apenas os conselhos dos superiores;
e não tanto dos subordinados.
Já os grandes executivos que mais conquistaram em suas carreiras, apresentavam estes comportamentos:
importavam-se com as pessoas assim como os lucros;
viam os subordinados de forma otimista;
ouvem a todos; e
buscam se aconselhar com quem está abaixo.
Segundo John C. Maxwell ("Todos se comunicam, poucos se conectam", Vida Melhor, 2015), a habilidade de conexão com as pessoas é a grande característica dos líderes de sucesso.
Fazendo uma autoavaliação com base nessas características, como está a sua situação em relação a sua equipe?
Essa pesquisa vem confirmando o que a experiência dos meus clientes mostra: o foco em pessoas traz resultados.
A opinião da equipe é fundamental. Essa é uma das bases para construir um ambiente emocional e mentalmente equilibrado.
Sem isso, a empresa não vai amargar apenas prejuízos com ações trabalhistas, como também perderá a inovação e produtividade.
Contudo, esse conceito é repetido há anos, mas pouco aplicado. Por isso, o melhor caminho é implementar um sistema de gestão humanizado aliado ao desenvolvimento da liderança.
Essa sinergia entre os dois permite que a empresa consiga inovar e crescer com segurança.
Sistema de Gestão Humanizado é essencial para permitir que o foco da empresa seja direcionado à pluralidade de stakeholders, isto é, a todas as pessoas envolvidas no negócio e não apenas aos acionistas. E isso não é tirar o lucro do foco, mas perceber que o caminho mais curto ao lucro é pela integração com todas as pessoas envolvidas no projeto, e não uma gestão centralizada e desconectada do restante da empresa.
É uma grande perda de oportunidade não colher as informações de todas as pessoas que estão juntas no dia a dia do negócio, além de que o mero fato de as pessoas serem ouvidas lhes traz o "senso de dono" a um outro nível.
Com todo o respeito, parece-me que há um excesso de foco em soluções simplistas como "benefícios". Esse tipo de produto serve para recompensar o trabalho sem onerar a folha de pagamento com tributos, pois certamente o empregado preferiria receber em dinheiro tais benefícios, salvo exemplos pontuais como o Plano de Saúde. Desse modo, os benefícios são mais uma estratégia em prol da empresa, que busca conciliar uma forma de reter os talentos, enquanto equilibra a necessidade financeira de equalizar as contas.
Essa ressalva é feita porque o engajamento não se compra apenas com dinheiro porque é multifatorial. Para sustentar essa conexão com os empregados, não são altos salários ou benefícios que irão garantir a alta performance. Evidentemente, esse é um dos pontos mais importantes para atrair os melhores talentos, no entanto, preenche somente uma parte das necessidades humanas que é a material.
Se o ser humano também têm necessidades emocionais, mentais e espirituais (ligadas ao propósito e intenções na vida), não será suficiente focar somente em salários ou benefícios, embora sejam uma parte essencial do trabalho.
Esse é o motivo do nosso modelo de Programa de Compliance Trabalhista compreender as 4 (quatro) dimensões do ser humano para garantir a segurança e produtividade nos negócios - material, emocional, mental e espiritual.
De tal modo, percebe-se que os líderes de maior sucesso percebem que a conexão com os empregados é peça fundamental para o atingimento das metas. Essa conexão permite alcançar a alta performance como resultado da integração dessas pessoas que foram ouvidas e consideradas, ainda que suas ideias e perspectivas não prevaleçam ao final
Os empregados precisam de um ambiente seguro e equilibrado, da mesma forma que os gestores precisam do apoio de todos para cobrir os pontos cegos, atender bem e inovar.
Resiliência e longevidade do negócio dependem da habilidade de criar soluções ganha-ganha com os empregados e já temos evidências suficientes hoje para mostrar que é uma ilusão imaginar que exista um conflito indissolúvel entre capital e trabalho, pois são faces da mesma moeda.
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